- Marcos Santos, Ph.D
- nódulo na tireoide, tireoide
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Se você foi indicado a realizar uma biópsia de tireoide, é normal sentir dúvidas ou ansiedade. Afinal, a tireoide desempenha um papel importante no nosso corpo e exames relacionados a ela podem gerar preocupação.
Mas, calma! Neste texto, vamos explicar o que é a biópsia de tireoide, por que ela é indicada e quais os próximos passos.
O que é uma biópsia de tireoide e por que ela é realizada?
A biópsia de tireoide, tecnicamente conhecida como Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), é um procedimento simples e seguro.
Seu principal objetivo é coletar células do nódulo da tireoide para análise. Esse exame ajuda a identificar se o nódulo é benigno ou maligno, permitindo decisões mais precisas sobre o tratamento.
Quando a biópsia de tireoide é indicada?
Nem todos os nódulos precisam de biópsia. A decisão de realizar a PAAF é baseada em critérios definidos pelo sistema ACR-TIRADS e no histórico clínico do paciente. As principais indicações incluem:
- Nódulos maiores que 1 cm com características suspeitas na ultrassonografia
- Nódulos maiores que 2 cm, mesmo sem características suspeitas.
- Histórico familiar ou pessoal de câncer de tireoide.
- Alterações nos níveis hormonais associados ao nódulo.
Quais são os próximos passos após a biópsia?
Os resultados da biópsia de tireoide são classificados pelo sistema Bethesda, que varia de I a VI. Cada categoria orienta os próximos passos.
Sistema de Bethesda: o resultado é classificado em seis categorias (Bethesda I a VI), que ajudam a orientar os próximos passos:
- Bethesda I (Não diagnóstico): a biópsia deve ser repetida;
- Bethesda II (Benigno): geralmente, o acompanhamento clínico é suficiente, sem necessidade de cirurgia;
- Bethesda III ou IV (Indeterminado): aqui começam os desafios. Esses resultados não definem se o nódulo é benigno ou maligno. Porém, existe uma solução e ela está nos testes moleculares, já contaremos melhor como eles podem ajudar nesses casos;
- Bethesda V (Suspeito de malignidade): cirurgia geralmente recomendada;
- Bethesda VI (Maligno): a cirurgia para remoção do nódulo ou tireoide é indicada.
Como lidar com nódulos indeterminados (Bethesda III ou IV)?
Como os testes moleculares podem ajudar?
Em caso de nódulos indeterminados (Bethesda III ou IV)
Nódulos classificados como indeterminados podem levar a incertezas no diagnóstico. Tradicionalmente, muitos pacientes com esse tipo de resultado eram encaminhados diretamente para cirurgia. No entanto, testes moleculares, como o mir-THYpe full, estão mudando esse cenário.
- Se o teste molecular indicar benignidade: cirurgias podem ser evitadas, permitindo que o paciente continue com o acompanhamento clínico e mantenha sua tireoide intacta.
- Se o teste molecular indicar malignidade: o teste ajuda a planejar a extensão da cirurgia, personalizando o tratamento conforme as características moleculares do nódulo.
Em caso de nódulos malignos (Bethesda V ou VI)
O mir-THYpe pre-op auxilia na personalização da extensão da cirurgia, baseando-se nos marcadores prognósticos do nódulo, ou seja, em características que indicam se aquele nódulo vai ser ou não mais agressivo, por exemplo.
Devo me preocupar com a biópsia de tireoide?
A biópsia de tireoide é uma ferramenta fundamental para esclarecer o comportamento dos nódulos.
Na maioria dos casos os resultados são benignos, em casos de resultados indeterminados, os avanços de tecnologias como dos testes moleculares ajudam a evitar procedimentos invasivos desnecessários e auxiliam na personalização do tratamento.
Se o seu nódulo foi classificado como indeterminado, converse com seu médico sobre o teste molecular mir-THYpe full.
Ele pode ser a chave para decisões mais seguras e personalizadas, preservando sua saúde e sua tireoide, evitando cirurgias diagnósticas desnecessárias ou planejando o próximo passo no tratamento.
Descubra mais sobre cuidados com a tireoide
Para mais informações sobre testes moleculares, biópsias e outros procedimentos relacionados à tireoide, confira nossos outros artigos no Blog da Onkos.
Conheça também o impacto dos testes moleculares no diagnóstico de nódulos indeterminados e como evitar cirurgias desnecessárias.