Biópsia de tireoide: devo me preocupar?

Ultrassom antes da PAAF, passo importante antes da biópsia de tireoide

Se você foi indicado a realizar uma biópsia de tireoide, é normal sentir dúvidas ou ansiedade. Afinal, a tireoide desempenha um papel importante no nosso corpo e exames relacionados a ela podem gerar preocupação.

Mas, calma! Neste texto, vamos explicar o que é a biópsia de tireoide, por que ela é indicada e quais os próximos passos.

O que é uma biópsia de tireoide e por que ela é realizada?

A biópsia de tireoide, tecnicamente conhecida como Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), é um procedimento simples e seguro. 

Seu principal objetivo é coletar células do nódulo da tireoide para análise. Esse exame ajuda a identificar se o nódulo é benigno ou maligno, permitindo decisões mais precisas sobre o tratamento.

Quando a biópsia de tireoide é indicada?

Nem todos os nódulos precisam de biópsia. A decisão de realizar a PAAF é baseada em critérios definidos pelo sistema ACR-TIRADS e no histórico clínico do paciente. As principais indicações incluem:

  • Nódulos maiores que 1 cm com características suspeitas na ultrassonografia 
  • Nódulos maiores que 2 cm, mesmo sem características suspeitas.
  • Histórico familiar ou pessoal de câncer de tireoide.
  • Alterações nos níveis hormonais associados ao nódulo.

    Indicação de biópsia de tireoide
    Quais as indicações para realizar a biópsia de tireoide?

Quais são os próximos passos após a biópsia?

Os resultados da biópsia de tireoide são classificados pelo sistema Bethesda, que varia de I a VI. Cada categoria orienta os próximos passos.

Sistema de Bethesda: o resultado é classificado em seis categorias (Bethesda I a VI), que ajudam a orientar os próximos passos:

  • Bethesda I (Não diagnóstico): a biópsia deve ser repetida;
  • Bethesda II (Benigno): geralmente, o acompanhamento clínico é suficiente, sem necessidade de cirurgia;
  • Bethesda III ou IV (Indeterminado): aqui começam os desafios. Esses resultados não definem se o nódulo é benigno ou maligno. Porém, existe uma solução e ela está nos testes moleculares, já contaremos melhor como eles podem ajudar nesses casos;
  • Bethesda V (Suspeito de malignidade): cirurgia geralmente recomendada;
  • Bethesda VI (Maligno): a cirurgia para remoção do nódulo ou tireoide é indicada.
    biopsia de tireoide
    Resumo sobre a biópsia de tireoide

     

Como lidar com nódulos indeterminados (Bethesda III ou IV)?

Como os testes moleculares podem ajudar?

Em caso de nódulos indeterminados (Bethesda III ou IV)

Nódulos classificados como indeterminados podem levar a incertezas no diagnóstico. Tradicionalmente, muitos pacientes com esse tipo de resultado eram encaminhados diretamente para cirurgia. No entanto, testes moleculares, como o mir-THYpe full, estão mudando esse cenário.

  • Se o teste molecular indicar benignidade: cirurgias podem ser evitadas, permitindo que o paciente continue com o acompanhamento clínico e mantenha sua tireoide intacta.
  • Se o teste molecular indicar malignidade: o teste ajuda a planejar a extensão da cirurgia, personalizando o tratamento conforme as características moleculares do nódulo.


Em caso de nódulos malignos (Bethesda V ou VI)

O mir-THYpe pre-op auxilia na personalização da extensão da cirurgia, baseando-se nos marcadores prognósticos do nódulo, ou seja, em características que indicam se aquele nódulo vai ser ou não mais agressivo, por exemplo. 


Devo me preocupar com a biópsia de tireoide?

A biópsia de tireoide é uma ferramenta fundamental para esclarecer o comportamento dos nódulos.

Na maioria dos casos os resultados são benignos, em casos de resultados indeterminados, os avanços de tecnologias como dos testes moleculares ajudam a evitar procedimentos invasivos desnecessários e auxiliam na personalização do tratamento.

Se o seu nódulo foi classificado como indeterminado, converse com seu médico sobre o teste molecular mir-THYpe full.

Ele pode ser a chave para decisões mais seguras e personalizadas, preservando sua saúde e sua tireoide, evitando cirurgias diagnósticas desnecessárias ou planejando o próximo passo no tratamento. 

Descubra mais sobre cuidados com a tireoide

Para mais informações sobre testes moleculares, biópsias e outros procedimentos relacionados à tireoide, confira nossos outros artigos no Blog da Onkos.

Conheça também o impacto dos testes moleculares no diagnóstico de nódulos indeterminados e como evitar cirurgias desnecessárias.

Marcos Santos, Ph.D
Biólogo molecular, pesquisador, doutor em genética humana e fundador da Onkos Diagnósticos Moleculares