- Marcos Santos, Ph.D
- tireoide
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A tireoide, essa pequena glândula em formato de borboleta, localizada no pescoço, que desempenha um papel essencial no funcionamento do nosso organismo.
Mas o que acontece quando precisamos removê-la? É possível manter uma vida normal? Vamos explorar este tema, que impacta milhares de pessoas no mundo todo.
A Importância da tireoide
Antes de falar sobre viver sem a tireoide, precisamos entender seu papel em nosso corpo.
Esta glândula é responsável pela produção de hormônios que:
- Regulam nosso metabolismo;
- Controlam os batimentos cardíacos;
- Influenciam nosso peso;
- Afetam nossa disposição e energia;
- Participam do desenvolvimento cerebral;
- Controlam a temperatura corporal.
Como é viver sem a tireoide?
Mas e então, dá para viver sem a tireoide? Sim, é possível viver sem ela! No entanto, é importante entender que isso requer alguns cuidados importantes e permanentes.
Quando a glândula é removida (procedimento chamado tireoidectomia total), o paciente precisará de acompanhamento médico pelo resto da vida e algumas adaptações, vamos ver algumas dessas mudanças:
1. Reposição Hormonal
– Será necessário tomar medicação diariamente para repor os hormônios que a tireoide produzia.
– A dosagem precisa ser ajustada individualmente.
– Exames regulares são essenciais para monitorar os níveis hormonais.
2. Mudanças no Dia a Dia
– Manter acompanhamento médico regular.
– Observar sintomas que possam indicar a necessidade de ajuste na medicação.
3. Possíveis Desafios
– Encontrar a dose ideal de hormônio pode levar tempo.
– Alguns pacientes podem enfrentar oscilações de peso.
– Pode haver períodos de maior ou menor disposição até o ajuste adequado da medicação.
Sempre é necessário remover a tireoide?
Aqui está um ponto crucial: nem sempre é necessário remover a tireoide. Dados indicam que até 77%¹ das cirurgias realizadas para casos de nódulos indeterminados poderiam ser evitadas.
Mas por que isso acontece?
Quando um nódulo é encontrado na tireoide e suspeito ao ultrassom, normalmente realiza-se uma punção (PAAF) para análise das células daquele nódulo (citológica). Porém, em cerca de 30% dos casos, o resultado é indeterminado (Bethesda 3 ou 4), ou seja, não é possível definir se o nódulo é benigno ou maligno.
Tradicionalmente, muitos médicos recomendavam a cirurgia como precaução, removendo parcial ou totalmente a tireoide.
Contudo, estudos mostram que cerca de 77% desses nódulos são benignos. Isso significa que muitos pacientes passam por uma cirurgia que poderia ser evitada, resultando na perda de uma glândula essencial.
Como evitar cirurgias desnecessárias?
A Onkos desenvolveu uma alternativa que vem ajudando milhares de pacientes no Brasil e no mundo. O teste molecular mir-THYpe full. ²
Esse teste usa o material da mesma PAAF (punção) já coletada e reclassifica o nódulo indeterminado em “benigno” ou “maligno” de acordo com suas características moleculares, diminuindo as incertezas diagnósticas.
Nos casos dos nódulos indeterminados (Bethesda 3 ou 4) que forem reclassificados como benigno após o teste mir-THYpe full pode não haver a necessidade da cirurgia*. Nesses casos o paciente pode seguir com acompanhamento, mantendo sua tireoide intacta.
Com essa tecnologia, médicos e pacientes podem tomar decisões mais seguras e precisas sobre a necessidade real de uma cirurgia e sobre a personalização de cada caso³.
Se você tem um nódulo na tireoide, converse com seu médico sobre todas as opções diagnósticas disponíveis. A decisão de remover a tireoide deve ser tomada com base em evidências sólidas, considerando que, embora possamos viver sem ela, preservá-la, quando possível, é sempre a melhor opção.
*É importante ressaltar que qualquer decisão sobre tratamento deve ser tomada em conjunto com seu médico, considerando seu caso específico e todas as opções disponíveis.
Referências:
1 – Bongiovanni M, et al. 2012 Acta Cytologica
2 – Santos MT et al., 2018 Molecular Classification of Thyroid Nodules with Indeterminate Cytology: Development and Validation of a Highly Sensitive and Specific New miRNA-Based Classifier Test Using Fine-Needle Aspiration Smear Slides Thyroid 28(12) 1618-1626
3 – Santos, M. T., Rodrigues, B. M., Shizukuda, S., Oliveira, A. F., Oliveira, M., Figueiredo, D., Melo, G. M., Silva, R. A., Fainstein, C., Dos Reis, G. F., Corbo, R., Ramos, H. E., Camacho, C. P., Vaisman, F., & Vaisman, M. (2022). Clinical decision support analysis of a microRNA-based thyroid molecular classifier: A real-world, prospective and multicentre validation study. The Lancet Discovery Science (eBioMedicine), 82, 104137. Advance online publication. https://doi.org/10.1016/j.ebiom.2022.104137