É possível viver sem tireoide?

Como é viver sem tireoide?

A tireoide, essa pequena glândula em formato de borboleta, localizada no pescoço, que desempenha um papel essencial no funcionamento do nosso organismo.

Mas o que acontece quando precisamos removê-la? É possível manter uma vida normal? Vamos explorar este tema, que impacta milhares de pessoas no mundo todo.

 

A Importância da tireoide

Antes de falar sobre viver sem a tireoide, precisamos entender seu papel em nosso corpo.

Esta glândula é responsável pela produção de hormônios que:

  • Regulam nosso metabolismo;
  • Controlam os batimentos cardíacos;
  • Influenciam nosso peso;
  • Afetam nossa disposição e energia;
  • Participam do desenvolvimento cerebral;
  • Controlam a temperatura corporal.

Infográfico tireoide, da para viver sem tireoide?

 

Como é viver sem a tireoide?

Mas e então, dá para viver sem a tireoide? Sim, é possível viver sem ela! No entanto, é importante entender que isso requer alguns cuidados importantes e permanentes.

Quando a glândula é removida (procedimento chamado tireoidectomia total), o paciente precisará de acompanhamento médico pelo resto da vida e algumas adaptações, vamos ver algumas dessas mudanças:

 

1. Reposição Hormonal

– Será necessário tomar medicação diariamente para repor os hormônios que a tireoide produzia.

– A dosagem precisa ser ajustada individualmente.

– Exames regulares são essenciais para monitorar os níveis hormonais.

 

2. Mudanças no Dia a Dia

– Manter acompanhamento médico regular.

– Observar sintomas que possam indicar a necessidade de ajuste na medicação.

 

3. Possíveis Desafios

– Encontrar a dose ideal de hormônio pode levar tempo.

– Alguns pacientes podem enfrentar oscilações de peso.

– Pode haver períodos de maior ou menor disposição até o ajuste adequado da medicação.

 

Como é viver sem tireoide?
Como é viver sem tireoide?

 

Sempre é necessário remover a tireoide?

 

Aqui está um ponto crucial: nem sempre é necessário remover a tireoide. Dados indicam que até 77%¹  das cirurgias realizadas para casos de nódulos indeterminados poderiam ser evitadas.

 

Mas por que isso acontece?

 

Quando um nódulo é encontrado na tireoide e suspeito ao ultrassom, normalmente realiza-se uma punção (PAAF) para análise das células daquele nódulo (citológica). Porém, em cerca de 30% dos casos, o resultado é indeterminado (Bethesda 3 ou 4), ou seja, não é possível definir se o nódulo é benigno ou maligno.

Tradicionalmente, muitos médicos recomendavam a cirurgia como precaução, removendo parcial ou totalmente a tireoide.

 

Contudo, estudos mostram que cerca de 77% desses nódulos são benignos. Isso significa que muitos pacientes passam por uma cirurgia que poderia ser evitada, resultando na perda de uma glândula essencial.

 

Como evitar cirurgias desnecessárias?

 

A Onkos desenvolveu uma alternativa que vem ajudando milhares de pacientes no Brasil e no mundo. O teste molecular mir-THYpe full. ² 

 

Esse teste usa o material da mesma PAAF (punção) já coletada e reclassifica o nódulo indeterminado em “benigno” ou “maligno” de acordo com suas características moleculares, diminuindo as incertezas diagnósticas. 

 

Nos casos dos nódulos indeterminados (Bethesda 3 ou 4) que forem reclassificados como benigno após o teste mir-THYpe full pode não haver a necessidade da cirurgia*. Nesses casos o paciente pode seguir com acompanhamento, mantendo sua tireoide intacta.

Com essa tecnologia, médicos e pacientes podem tomar decisões mais seguras e precisas sobre a necessidade real de uma cirurgia e sobre a personalização de cada caso³.

 

Se você tem um nódulo na tireoide, converse com seu médico sobre todas as opções diagnósticas disponíveis. A decisão de remover a tireoide deve ser tomada com base em evidências sólidas, considerando que, embora possamos viver sem ela, preservá-la, quando possível, é sempre a melhor opção.

 

*É importante ressaltar que qualquer decisão sobre tratamento deve ser tomada em conjunto com seu médico, considerando seu caso específico e todas as opções disponíveis.

 

 

 

Referências:

1 – Bongiovanni M, et al. 2012 Acta Cytologica

2 – Santos MT et al., 2018 Molecular Classification of Thyroid Nodules with Indeterminate Cytology: Development and Validation of a Highly Sensitive and Specific New miRNA-Based Classifier Test Using Fine-Needle Aspiration Smear Slides Thyroid 28(12) 1618-1626

3 – Santos, M. T., Rodrigues, B. M., Shizukuda, S., Oliveira, A. F., Oliveira, M., Figueiredo, D., Melo, G. M., Silva, R. A., Fainstein, C., Dos Reis, G. F., Corbo, R., Ramos, H. E., Camacho, C. P., Vaisman, F., & Vaisman, M. (2022). Clinical decision support analysis of a microRNA-based thyroid molecular classifier: A real-world, prospective and multicentre validation study. The Lancet Discovery Science (eBioMedicine), 82, 104137. Advance online publication. https://doi.org/10.1016/j.ebiom.2022.104137

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Marcos Santos, Ph.D
Biólogo molecular, pesquisador, doutor em genética humana e fundador da Onkos Diagnósticos Moleculares