Nódulo na tireoide: o que pode ser e quando é preciso removê-lo?

Muitos pacientes recebem os resultados dos exames e quando leem “nódulo na tireoide” entram em pânico. É comum perguntarem se estão com câncer, se é perigoso, como é o tratamento, entre outras tantas dúvidas. Mas antes de tudo, é necessário ter calma.

A pessoa que irá interpretar seu exame é seu médico, provavelmente um endocrinologista ou um cirurgião de cabeça e pescoço. E você não precisa sofrer por antecedência. Para te ajudar nesse processo e você conseguir entender o que pode ser o nódulo na tireoide, nós separamos algumas informações e dicas.

 

Função da tireoide

Para compreender o nódulo, vamos voltar um pouco e entender a tireoide. Ela é uma glândula que tem a forma de uma borboleta e está localizada na parte inferior da frente do pescoço. A Associação Americana da Tireoide¹ afirma que a tireoide é responsável por produzir hormônios que ajudam a regular o metabolismo. Essa glândula pode sofrer doenças que alteram sua forma ou função.

Assim sendo, as doenças mais comuns da tireoide são aquelas em que ocorre uma alteração na produção dos hormônios, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo. Mas também podem acontecer alterações na estrutura da glândula, com a formação de nódulos na tireoide.

 

O que é o nódulo na tireoide?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia², um nódulo de tireoide é uma massa de tecido tireoidiano que cresceu ou um cisto cheio de líquido que se forma na tireoide. Existem diferentes tipos de nódulos e eles são como pequenos “caroços” que podem aparecer tanto isolados como múltiplos.

Quando aparece um nódulo, a maior preocupação é o risco de ele ser maligno. Mas, na maioria dos casos, os nódulos da tireoide são benignos. Sabe-se que apenas uma pequena porcentagem de nódulos da tireoide são malignos (câncer)³. De qualquer forma, é essencial marcar uma consulta com seu médico para o diagnóstico adequado.

 

Sintomas de nódulo de tireoide

A maioria dos nódulos desta glândula não causa sinais ou sintomas ¹ . É muito comum que eles sejam descobertos durante um exame físico de rotina ou em exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia do pescoço. Em alguns casos, o próprio paciente sente o nódulo ao realizar o autoexame da tireoide apalpando a região.

Já em algumas pessoas, se os nódulos se tornarem muito grandes, elas podem sentir:

  • Inchaço na base do pescoço;
  • Pressão na traqueia ou esôfago;
  • Dificuldade de engolir;
  • Falta de ar.

 

Em alguns casos, o nódulo pode produzir tetraiodotironina (T4) adicional³, um hormônio secretado pela tireoide. Essa T4 a mais no corpo pode causar sintomas de hipertireoidismo, como:

  • Perda de peso inexplicável;
  • Aumento de transpiração;
  • Tremor;
  • Batimento cardíaco rápido ou irregular.

 

O que provoca o nódulo na tireoide?

As chances de desenvolver nódulos aumenta à medida que você envelhece. Aos 60 anos, cerca de metade das pessoas têm um nódulo tireoidiano ¹ . Mas a causa da maioria dos nódulos benignos não é conhecida. Se sabe que a deficiência de iodo, genética e a doença de Hashimoto podem estar relacionadas com a formação de um nódulo¹.

 

Diagnóstico do nódulo tireoidiano

O ultrassom é um exame fundamental para avaliação dos nódulos. Com ele, é possível saber o tamanho, contorno, conteúdo e número de nódulos. Mas, para saber mais informações sobre o nódulo, o médico pode solicitar uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esta é uma ferramenta muito importante na análise de nódulos na tireoide quando há suspeita de câncer.

De acordo com a Fundação Britânica de Tireoide ⁴, o exame PAAF é feito com a retirada de células do nódulo por meio de uma agulha bem fina e quase não causa desconforto.

 

O que pode ser o nódulo na tireoide?

Geralmente, o laudo do PAAF indica se o nódulo é:

Benigno: esse resultado é obtido em até 80% das biópsias ¹. É representado no seu laudo como “Bethesda II”

Maligno: é obtido em cerca de 5% apenas das biópsias e representa o câncer de tireoide¹. É representado no seu laudo como “Bethesda VI”

Indeterminado: este diagnóstico pode ocorrer em até 20% dos casos ¹ . Uma descoberta indeterminada significa que, embora um número adequado de células tenha sido removido durante a biópsia por agulha fina, o exame com um microscópio não pode classificar o resultado como benigno ou câncer. É representado no seu laudo como “Bethesda III, IV ou V”.

 

Portanto, quando é preciso operar?

Cada caso deve ser analisado individualmente pelo médico. Geralmente, os nódulos benignos não precisam ser removidos cirurgicamente, a menos que causem sintomas como asfixia ou dificuldade de engolir. Mas é necessário um acompanhamento médico periodicamente para verificar se o nódulo cresceu ou não.

Mas os diagnósticos de nódulos malignos requerem a remoção cirúrgica após consulta ao endocrinologista e/ou cirurgião de cabeça e pescoço. Já no caso de nódulos indeterminados, até pouco tempo atrás, a única opção disponível para realizar o diagnóstico entre maligno e benigno, era submeter o paciente à cirurgia de remoção da tireoide. Porém, hoje existem novos testes que fazem uma análise genética e classificam os nódulos com precisão.

O exame mir-THYpe full é indicado para pacientes com nódulos de tireoide indeterminados (Bethesda III ou IV). Disponível em todo o Brasil, este exame é um teste molecular com sólida evidência científica⁵ . Para realizá-lo, não é necessário que seja feita uma nova coleta de material, o exame é feito a partir da mesma lâmina da PAAF já coletada, evitando desconforto e custo ao paciente.

Se você acha que tem um nódulo na tireoide, consulte seu médico. Ele poderá te encaminhar para um especialista para o diagnóstico e tratamento conforme necessidade.

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Referências:

  1. Thyroid Nodules, American Thyroid Association
  2. Entendendo a tireoide: nódulos, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
  3. Thyroid nodules, Mayo Clinic
  4. Thyroid nodules and swellings
  5. Santos MT, Buzolin AL, Gama RR, et al. 2018. Thyroid 28(12): 1618-1626.
Marcos Santos, Ph.D
Biólogo molecular, pesquisador, doutor em genética humana e fundador da Onkos Diagnósticos Moleculares