Qual a relação entre tireoide e peso?

A complexa relação entre peso e tireoide é conhecida há algum tempo, mas ainda gera muitas dúvidas, as alterações na tireoide engordam? Emagrecem? Uma é consequência da outra? Entenda mais neste texto.

 

O que é a tireoide?

A tireoide é uma glândula endócrina que produz hormônios essenciais para o nosso metabolismo, como o T3 e o T4, que regulam as funções de diversos órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e até os rins! Problemas na tireoide podem influenciar nos níveis de produção destes hormônios, causando o que chamamos de hipotireoidismo e hipertireoidismo.

 

Hipotireoidismo ou hipertireoidismo?

O hipotireoidismo é quando a tireoide produz menos hormônios que o necessário. Pode ser a causa de distúrbios da memória, níveis aumentados de colesterol, dores musculares e articulares, cansaço excessivo (incluindo a sonolência, e até depressão).

O hipertireoidismo é quando a tireoide produz mais hormônios que o necessário. Pode ser a causa de agitação excessiva, falsa sensação de muita energia, porém com cansaço.

 

Peso x tireoide

Quando engordamos ou emagrecemos repentinamente, a tireoide, muitas vezes, acaba levando a culpa. Porém, é importante frisar que nem toda variação de peso é problema de tireoide. Essas alterações podem ter diversas causas, como: taxa metabólica de cada pessoa, produção dos hormônios do nosso corpo, fatores comportamentais e genéticos.

Baixos níveis de hormônio tiroidiano já foram associados com a diminuição do metabolismo e por consequência o ganho de peso. E o contrário também é verdade, altos níveis hormonais estão relacionados com um metabolismo mais acelerado e, por consequência, a perda de peso.

Porém, existem muitos outros hormônios (além dos tireoidianos), importantes para controlar o gasto de energia e o peso corporal, e que não necessariamente têm a ver com distúrbios na glândula tireoide.

 

Hipotireoidismo e ganho de peso.

A causa do ganho de peso no hipotireoidismo pode ser complexa e nem sempre está relacionada ao aumento de gordura em si, mas sim com o acúmulo de sódio e água no corpo.

Um aumento expressivo de peso é raramente associado à baixa produção do hormônio. Em geral, 2,5 a 5,0 kg podem ser atribuídos ao hipotireoidismo, dependendo da gravidade do caso. É importante dizer que caso o aumento do peso seja o único sintoma, é pouco provável que a causa seja unicamente um problema na tireoide.

Como o aumento de peso pode ter muitas causas como, genética e/ou comportamental, é bem comum descobrir que mesmo após o tratamento de hipotireoidismo, não há uma grande perda de peso.

 

Hipertireoidismo e perda de peso.

O excesso de hormônio tireoidiano pode levar à perda de peso, se o paciente não conseguir consumir a quantidade de calorias suficiente para compensar o aumento do metabolismo.

A perda de peso também pode ocorrer por dose excessiva de reposição do hormônio tireoidiano no hipotireoidismo. Vale ressaltar que o hipertireoidismo aumenta o apetite, e se o ganho calórico for maior que o gasto metabólico, alguns pacientes podem até ganhar peso ao invés de perdê-lo.

 

Tireoidectomia e reposição hormonal.

Pacientes com nódulos que possuem indicação cirúrgica (suspeitos de malignidade ou malignos (Bethesda V ou VI)), precisam passar pela tireoidectomia (total ou parcial).

Quando o procedimento de tireoidectomia total é feito, o paciente necessita de reposição hormonal pelo resto da vida. Até encontrar a dose hormonal correta, podem ocorrer flutuações de hipotireoidismo e hipertireoidismo, o que pode gerar alterações no peso, mesmo que momentânea, até a estabilidade do quadro.

Para pacientes com nódulos indeterminados (Bethesda III ou IV), a conduta médica atual é a cirurgia diagnóstica, em que é feita a remoção da tireoide (total ou parcial) e posterior análise histológica do material retirado, para determinar se o nódulo era benigno ou maligno. O que ocorre é que em 77% dos nódulos analisados são tidos como benignos após a cirurgia, ou seja, não havia a necessidade de retirada da glândula na grande maioria das vezes.

Visando evitar a cirurgia diagnóstica, o teste molecular mir-THYpe full, reclassifica o nódulo utilizando a PAAF já coletada, saiba mais em nosso site, ou nos posts sobre testes moleculares.

Converse com o seu médico sobre essa possibilidade.

 

Referências:

Marcos Santos, Ph.D
Biólogo molecular, pesquisador, doutor em genética humana e fundador da Onkos Diagnósticos Moleculares